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Não precisa ser um expert para aproveitar um bom vinho, mas é importante entender o que está por trás da degustação e como aprimorar seu paladar

 

Talvez você já tenha passado pela situação de chegar em um restaurante com vontade de beber um vinho e, ao olhar para a carta de rótulos, não saber o que pedir. E quando chega o sommelier, oferecendo a rolha para cheirar e um gole de prova? Nesse momento, você pode pensar: “puxa vida, gostaria de conhecer um pouquinho mais sobre vinhos”.

É claro que não é preciso ser um expert para apreciar um produto. Mas com um pouco a mais de conhecimento, apreciar um vinho pode se tornar uma atividade muito satisfatória e, por incrível que pareça, nem tão complicada assim.

O sommelier e professor Jonas Martins, que atua com a importadora de vinhos MMV, traz algumas dicas para pessoas que desejam começar a aproveitar mais a jornada de degustação de vinhos, porém, sem o “falso glamour” que às vezes transforma a experiência em algo piegas e taxado.

“Ao longo da minha carreira, sempre busquei desmistificar algumas lendas em torno da apreciação de vinho, ao passo que também considero importante ressaltar alguns pontos que irão ajudar pessoas que se interessam por esse universo tão rico e bacana”, diz Jonas.

 

1. Procure vinhos de fácil acesso

Na opinião de Jonas, o primeiro passo para quem está começando é tentar achar rótulos que sejam fáceis de encontrar e comparar, especialmente com preços atrativos e uvas mais conhecidas. Assim, vinhos sulamericanos, pelo acesso mais fácil, são boas opções.

Entre as uvas brancas que caem nessa categoria, de fácil acesso e encontradas em diversos países, estão a Sauvignon Blanc e o Chardonnay. Do Chile, da vinícola Alto Roble, o Fortunatus Sauvignon Blanc e o Felitche Chardonnay são dois rótulos bem interessantes, pois, apesar da qualidade, têm um preço muito atrativo também.

Ainda do Chile, o Felitche Cabernet Sauvignon é para aqueles que desejam começar com um vinho tinto. Migrando para a Argentina, terra dos famosos Malbecs, o Cinco Sentidos Malbec não irá assustar na primeira degustação, já que os vinhos dessa uva são marcantes e particulares. Já o Felitche Rosé, é um vinho de entrada para quem quer um vinho com outro estilo, mais fresco, mesmo sendo produzido com uva tinta.

 

2. Sugestão de “ordem” das uvas

Já que falamos em tipos de uva, Martins sugere que normalmente é mais fácil degustar vinhos brancos que são mais diretos, que já mostram os aromas e os sabores, em relação aos vinhos tintos, que são mais complexos e apresentam mais corpo.

“Então, eu penso que a ordem seria mesmo começar com os brancos, passar para alguns rosés e ir para os tintos, mas não é uma regra. Eu acho que, principalmente para quem está começando, o importante é provar o máximo possível, provar de tudo, mas deixo como sugestão começar pelos brancos, passar pelos rosés e chegar nos tintos”, explica Martins.

 

3. Degustação: provar com atenção

Outro ponto interessante, que vem com a experiência, mas que já deve ser levado em consideração pelos iniciantes, é entender como identificar os aromas e as notas. O primeiro passo, por incrível que pareça, é prestar atenção nas coisas do dia a dia.

Segundo o sommelier, de nada adianta querer “desvendar” as notas de um vinho se no dia a dia você nunca reparou nos cheiros do ambiente, como, por exemplo, no cheiro de uma laranja cortada, ou de uma defumação com lenha, até mesmo a sensação olfativa de uma cebola fritando.

O perfume que você usa, por exemplo, tem cheiro de uma madeira, de uma flor, de uma fruta? Você conseguiria identificar? Prestar atenção ao ambiente e às experiências sensoriais é desenvolver um controle para poder, ao apreciar uma taça, criar paralelos entre as coisas que você sente, que você sabe o aroma e sabor, e o que você tem no vinho.

 

4. Deixe para depois: rótulos mais “faixa-preta”

Em contrapartida, alguns tipos de vinhos, para que sejam aproveitados em sua máxima excelência, demandam um pouco mais de experiência. Não quer dizer que você não deve bebê-los, porém, ganhando um pouco mais de “cancha”, as sensações serão infinitamente mais bem aproveitadas.

A uva Nebbiolo, usada na produção do Barolo, vinho de Piemonte, Itália, é uma uva que permite vinhos mais complexos e estruturados. Na MMV, a empresa tem dois Nebbiolos: um Viapiana, vinícola do Sul do Brasil, e um da chilena La Prometida Revoltosa, novidade no portfólio da empresa.

“Às vezes um iniciante vai provar um vinho desses, ele nem consegue aproveitar o vinho ou sequer gosta, porque são vinhos que têm uma complexidade supergrande, taninos mais agressivos”.

Alguns brancos também podem entrar na lista. O italiano Inusuale, da Inserrata, é um 100% Sangiovese, uva tinta, que para surpresa de muitos gera um vinho branco, único, e para dar valor nessa garrafa, é preciso experiência.

Por fim, vinhos naturais, que são aqueles produzidos com técnicas mais rudimentares e uso quase zero de produtos químicos, com o mínimo de intervenção do homem, como há séculos, também fazem parte dos vinhos “faixa-preta”. Para entender, por exemplo, o Malbec Natural Krontiras, da Argentina, é preciso ter referências anteriores com Malbecs menos complexos, para a experiência ser completa.

 

Com informações de Engenharia de Comunicação

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